Por Lu Narbot
Saindo
dos escombros, empoeirado, assustado, dolorido, Pedro olhou ao seu redor. Ainda
sem saber bem onde estava nem o que havia acontecido, deu-se conta de que,
apesar de tudo, estava vivo e sem nada quebrado.
À
sua volta, tudo destruído. Tábuas amontoadas, chão revolto, pedras, galhos
quebrados, folhas e flores espalhadas. Um caos.
Sentia
todo o corpo dolorido. Percebeu que a fronte sangrava um pouco. Olhou as
pernas, estavam cheias de manchas roxas. Mas não podia identificar se eram
novas ou antigas, pois não era este o primeiro acidente em que se envolvia.
Trazia no corpo a marca de vários outros anteriores. Parecia sina.
Mas,
estava surpreso. Desta vez não esperava que nada desse errado. Não entendia
como aquilo acontecera. Afinal, fora tão previdente, planejara tudo com
antecedência e cuidado. Medira, calculara, observara... Foram dias e dias de
estudo e planejamento, de escolha do material mais apropriado. Trabalhara
bastante. Ainda assim, parece que não dera certo.
E
lá ficava, triste, frustrado, matutando, a tentar descobrir em que falhara.
Espremia os miolos buscando decifrar o mistério. Já havia esquecido até da dor
e dos ferimentos, de tanto pensar no caso. O tempo passando e ele ali, parado,
pensando. Ganhando tempo e coragem, também, para enfrentar o que viria.
Ralhos,
censuras, ardor do medicamento nos machucados. Talvez, por ter-se ferido,
conseguisse escapar da surra, mas nem disso tinha certeza. Porque a mãe ia
ficar danada quando descobrisse o que ele havia aprontado. Com sua mania de
Tarzan, ao tentar construir sua casinha na árvore, havia danificado seriamente
a árvore predileta da mãe.
Vida
de moleque não é fácil, não...
* * *
LU NARBOT: Sou uma escritora amadora. Escrevo porque amo as palavras e gosto de
brincar com elas. Mantenho uma escrivaninha no Recanto das Letras e dois blogs:
bonecasnomeucoracao.blogspot.com, para meus textos e lunarbotpoltronacorderosa.blogspot.com,
para publicar textos de outros autores. Sou membro do Portal do Poeta
Brasileiro e da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro.
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Obrigada, Helena e Michelle, pela oportunidade de publicar aqui no Sem Vergonha de Contar. Bjs
ResponderExcluirObrigada você, Lu! Beijos
ResponderExcluirAh, coitado... rsrsrs... já foi mais que punido! Gostei de ler!
ResponderExcluirPara quem não sabe, o Blog Sem Vergonha de Contar existe, antes de tudo, para congregar pessoas que gostam de contos e causos, narrativas em geral, tanto da leitura quando da aventura na escrita, e desejam 'perder a vergonha' de ousar ou se exercitar cada vez mais na arte de contar histórias, de modo que por lá temos contos bem diversificados, tanto de iniciantes, quanto de iniciados, até de escritores já premiados ou não tão desconhecidos assim no mercado. Temos também textos de leitores que desejam, simplesmente, participar, os quais recebemos e apoiamos com muito gosto. Conheci Lucia Narbot no Recanto das Letras e um dia ela me disse que achava que não sabia escrever contos nem ficcão e eu propus a ela que tentasse, e o resultado está claro, nas várias vezes que nos alegramos em tê-la como convidada especial em nosso blog. Obrigada, Lu. Foi um grande prazer ter você em nossas páginas mais uma vez. E nem preciso dizer 'persista', pois sei do seu desejo de seguir escrevendo cada vez mais e sempre melhor.
ResponderExcluirQue conto leve, gostoso, com final inesperado. Amei, LU. Abraço duplo
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