segunda-feira, 22 de abril de 2013

Canto de boca



Por Ana Lourdes Pereira

Era uma tarde quente na acolhedora e pequena cidade. O motivo da nossa visita à casa da vovó era o aniversário do tio caçula, o preferido dos sobrinhos. O legal das reuniões de família além do reencontro, das festas de três dias e das piadas sem graça do vovô, era conhecer parente seu que você nem sabia que existia. E aquela menina era linda!
Com um corpo violão e um sorriso constante, Rafaela foi apresentada por tia Helena que explicou qual era a parentela entre eu e a moça, o que não me prendeu tanto a atenção quanto seus olhos cor de mel. Com meus míseros 19 anos e quase sem experiência, me conformei como mais um admirador de Rafaela. Sem deixar de mencionar sua simpatia e carisma.
Ao perceber que aquele era o primeiro dia da festa, comecei a fazer planos para conhecer Rafaela melhor. À noite a cidade não tinha muitas opções de entretenimento, os tradicionais sentavam à porta e se atualizavam das novidades do dia. Com essa deixa, chamei minha mais recente prima pra tomar um sorvete. Acreditem, ela aceitou, e nossa noite foi ótima, recheada com gargalhadas e aproveitamos o tempo para conhecermos melhor um ao outro.
Rafaela, menina doce e feliz de 19 anos, estudante de Medicina Veterinária, sua paixão. Eu, feio Luiz, 22 anos, cursando Geografia. Morávamos em cidades diferentes, uma distância de 913 km, um romance entre nós era quase impossível. Mas um amor de verão não faz mal a ninguém!
Rafa era prestativa e disposta a ajudar, ou seja, sempre estava na cozinha ajudando tias, mães e avós a fazer deliciosas comidas para todos. O tempo que tínhamos para estar juntos era curto, mas aproveitamos bastante. Na segunda noite fomos a um pub aconchegante, cheio de jovens bêbados e ‘felizes’. Naquela noite tomamos só refrigerante, mas conseguimos já montar um perfil da vida de cada um.
Em um determinado momento, falávamos sobre emoções e a influência delas na vida das pessoas. Estávamos vivendo um clima ótimo, foi quando começou uma música romântica no restaurante e naquele minuto experimentei o beijo de Rafa. Era exatamente do jeito que eu imaginava ser. Lábios suaves, gosto único, com meus olhos fechados lembrava o quanto Rafaela era linda e encantadora e quem sabe se não formaríamos um lindo casal? Tenho certeza que Tia Helena aprovaria.
Quando o beijo acabou, nos olhamos e demos um sorriso de canto de boca, como amei aquele sorriso! O nosso pedido chegou, comemos e pedimos sobremesa. Mais beijos aconteceram. Me senti um rapaz muito feliz naquela noite. Voltamos pra casa de mãos dadas e percebemos que nosso romance já não era secreto pra ninguém. Começaram então as brincadeiras de “como vai ser o nome do filhe de vocês” e “quero ser madrinha!”, nós dois ríamos numa linda sintonia de deixar muito casal de namorados com inveja.
E o último dia da festa começou, o almoço principal aconteceu, presentes foram dados, discursos foram feitos e lágrimas rolaram. Chegou a hora de se despedir, não só de Rafa, mas de todos. Abraços, desejos de felicidade e um beijo final de despedida. Planos que duraram só uma noite mas ações em três dias que muito valeram a pena. O melhor amor de verão da minha vida.

Ana Lourdes Pereira tem 18 anos, estuda Comunicação Social/Jornalismo e mantém o blog A Bela Esclarecida.

Ana Lourdes, muito obrigada por participar em nosso blog. Continue investindo em sua escrita e volte a nos alegrar com seus textos por aqui.

Helena e Michele.



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4 comentários:

  1. Olá queridas, muito obrigada pela recepção.
    Fico super honrada em estar aqui.
    Com certeza, enviarei mais textos.
    Beijos do Maranhão.

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    1. Vou preparar uma carteirinha de sócia para você, vice?! :-) Vá escrevendo, vá escrevendo. Se bem que você tem o seu blog, eu sei, mas venha aqui de vez em quando nos dar a graça do seu talento, ok? Abraços letripulistas, até!

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  2. Histórias de amores parentais sempre mexem comigo.

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    1. Obrigada, Roldan, por sua visita aqui no blog. Volte mais vezes!

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